Nova moto para o Freddy

freddy_krueger escreveu:Bem em peso (dry) não é bem a mesma coisa:

Fazer 600 98: 189 Kgs

Deauville 700: 236 Kgs (+47Kgs)
Deauville 650: 223 Kgs (+34Kgs)
Fonte: bikez.com

Eu tb acho que a falta de concorrência atira as Deauville (novas e usadas) para valores muito acima do que acho justo...mas isso sou eu que acho que qualquer moto c/ mais de 10 anos e à venda a mais de 3.000 EUR é roubalheira - como a Deauville, há outros casos flagrantes... por exemplo a VFR que é uma BOA moto...mas MUITO sobrevalorizada.

Alberto Pires in motociclismo.pt escreveu: Honda NT 700 Deauville
Texto: Alberto Pires

As mega turísticas, imponentes, largas e pesadas, costumam apresentar a factura sobretudo em cidade, quando se tem de fazer a inversão de marcha, ou contornar um obstáculo.
Os avisos à dimensão da empreitada são vários, e uma das imagens associadas a este segmento tem como protagonista o condutor, a avisar o passageiro para não se mexer, enquanto cuidadosamente, e de pernas abertas, tenta não plantar as malas no chão.

Na realidade, nem todos precisam de tanta moto. A Deauville nasceu em redor desse princípio, em 1998, e quatro anos mais tarde sofreu a primeira evolução. A sua capacidade de carga foi aumentada e a travagem foi melhorada através da inclusão do sistema de travagem combinada. Passaram-se entretanto mais quatro anos, e a marca resolveu aprofundar o conceito, melhorando-a em todas as frentes.

Imagem elucidativa

A anterior Deauville era acolhedora, arredondada, e talvez por isso as suas linhas não se atreviam a aconselhar mais do que passeios médios. A nova Deauville, mesmo mantendo os traços característicos, está mais madura, atlética e enérgica, afirmando-se disponível para qualquer desafio.

A carenagem frontal é maior, incorporando uma óptica de dois elementos, e o ecrã permite duas posições. As malas, cujo desenho se integra na perfeição, aumentaram bastante de capacidade e comunicam internamente através de um túnel, oferecendo outras possibilidades de arrumação.

Motor mais eficiente

O bicilíndrico que lhe está na origem já contava com dezoito anos, tendo surgido na NTV 650. À sua fiabilidade a marca decidiu juntar um melhor desempenho, e as alterações foram profundas. A cilindrada cresceu 33 cc, a taxa de compressão aumentou de 9,2:1 para 10,0:1, a culassa conta agora com quatro válvulas e os carburadores foram substituídos por uma injecção electrónica, com corpos de 44 mm e injectores de 12 orifícios.

Como resultado a potência passou para 65 cavalos (mais dez que anteriormente), o binário aumentou 25% e o consumo desceu 8%. O catalizador na panela de escape contribui para que as emissões estejam abaixo do valor estipulado pela norma Euro-3. O peso foi também reduzido, através da utilização de novos pistões, bielas mais leves e um novo motor de arranque, conseguindo-se, no total, baixar 1,4 kg.
A transmissão secundária continua a estar entregue, e bem, a um veio de transmissão.

Ciclística de acordo

O que estava bem manteve-se, nomeadamente o quadro duplo berço em aço e as suspensões. A forquilha telescópica na frente, com 41 mm de diâmetro, cumpre com as exigências e na traseira, a pré-carga da mola passa a ser efectuada através de uma “pêra”, situada do lado direito, com 40 posições de afinação.

As novidade prendem-se com o sistema de travagem, incorporando os sistemas CBS e ABS.
Ao accionar a manete do travão os discos dianteiros de 296 mm de diâmetro são mordidos pelas pinças de três pistões mas, ao carregar no pedal do travão, não só a pinça traseira entra em acção como os pistões centrais de cada pinça dianteira actuam também, proporcionando uma travagem integral.

Quanto à função ABS, a unidade de controlo, ao detectar o início do bloqueio das rodas faz com que um modelador atenue a pressão no circuito da travagem, evitando assim que o bloqueio se concretize e permaneça.

Fácil em cidade

Olhando para a ficha técnica, e depois de somados os fluidos necessários, seria de esperar algumas dificuldades para mover e circular com mais de 250 kg, mas tal não acontece.
O guiador é largo e está a boa altura, o banco é baixo, as suspensões são macias e precisa apenas de 4,70 metros para fazer inversão de marcha, permitindo serpentear com espantosa facilidade pelo ambiente citadino.

Os quase vinte litros de capacidade do depósito, e os consumos na casa dos 5 litros/100 Km garantem uma autonomia razoável.

O arranque é fácil, a caixa de velocidades precisa e a transmissão por veio não se faz sentir. A aceleração é suave e não há necessidade de puxar para lá das 4.000 rpm para fluir entre os semáforos.

Em piso de paralelo pouco uniforme vale a pena travar apenas com o pedal, aproveitando a travagem integral, já que o sistema ABS, se usarmos apenas o travão dianteiro, entra facilmente em acção e prolonga por vezes demasiado a travagem.

Descontraída em estrada

Em estradas sinuosas chega a ser divertida, sobressaindo a estabilidade em curva e não sendo lenta nas mudanças de direcção.
Os Bridgestone BT-020 permitem evidenciar as suas capacidades e não é difícil forçar até que os avisadores raspem pelo asfalto, mostrando até que ponto, ciclisticamente, esta moto pode ir.

Se imprimirmos um ritmo desportivo a limitação surge por parte das suspensões, com uma taragem naturalmente suave, obrigando nos encadeados de curvas a esperar que o seu curso recupere até a podermos forçar novamente, sobretudo se também a desequilibrarmos com algumas travagens.
A transmissão nestas situações torna-se também presente. Se optarmos por um ritmo normal, a Deauville faz-se valer.

A posição de condução é muito confortável. O banco oferece um bom apoio, os pousa-pés estão baixos e as mãos assentam com naturalidade. A subida de rotação não impressiona, mas é suficiente e nota-se que o motor é bastante plano e recupera com suficiente energia desde baixo.

O melhor regime situa-se abaixo das 5.000 rpm, pouco antes dos 120 km/h em quinta velocidade, sendo o nível de vibrações do motor muito baixo e a leitura dos espelhos suficiente para nos apercebermos rapidamente do que se passa com um ligeiro olhar. Os consumos são a melhor surpresa. Rodando calmamente não custa fazer menos de cinco litros, oferecendo assim os 19,7 litros do seu depósito uma autonomia respeitável.

Limitada em auto-estrada

É quando se aumenta o ritmo, em estrada aberta, que a Deauville mostra as suas limitações. A maior relaciona-se com as vibrações que aparecem nos punhos a partir das 5.000 rpm, e que não desaparecem aumentando o regime, o que se torna desconfortável.

A uma velocidade de cruzeiro no painel a rondar os 150 km, por volta das 6.000 rpm, o formigueiro nos punhos destoa do conforto proporcionado pela protecção aerodinâmica e pela posição de condução.

Se aumentarmos ainda mais o ritmo, damos conta que não estamos na Pan European e sim num modelo com cerca de metade da potência, insuficiente para vencer a resistência provocada pela superfície frontal, sendo-lhe impossível ultrapassar os 195 km/h.
Rodando a um ritmo próximo do máximo, ainda assim a Deauville não ultrapassa os 5,9 litros, o que continua a ser excelente.

Veredicto

Creio que a Deauville passa no teste com muito boa nota. O nível de acabamentos é bom, o conforto proporcionado pela posição de condução e pela protecção aerodinâmica está acima do esperado, os consumos surpreendem pela positiva, trava muitíssimo bem e é fácil e ligeira na condução a baixa velocidade.

A capacidade de carga é interessante e pode ser alargada para valores excelentes. Se na próxima versão eliminarem as vibrações que aparecem na velocidade de cruzeiro, sobe ao nível de excelente.

freddy_krueger escreveu:Nop...vibrações penso que serão decorrentes especialmente do motor em V e a partir dos 130kmh (o que tb não é problema pois costumo ser bem calminho )

freddy_krueger escreveu:Muito bem!!1

Temos artista!!



P.s: Hoje fuidar voltinha de deauville 700... 20kms a conduzir com Conde a Pendura por EN e outros tantos à pendura com metade dos kms por AE...comentários:

A conduzir:
- peso maior que Fazer não se nota muito...
- envergadura e distância ao solo bem maior.. na fazer fico com pés plantados no chão...nesta, só os dedos e pouco mais...em manobras Fazer é bem mais fácil...
- Em movimento, peso e envergadura não se notam
- Motor V2... menos disponibilidade de RPM que um 4 cilindros (tipo utilizáveis sem esforçar motor entre 3000 e 6000rpm) enquanto na fazer entre 3000rpm e 7000rpm)...claro que motor aguenta menores e maiores rpm em ambas...mas digo uma condução dia-a-dia. Isso faz com que na Deauville a 5ª só seja colocada a 70/80 enquanto na fazer coloco a 6ª a 60 (não, não estou a exagerar - isto com pendura...sem pendura até antes)
- Curvas e mudanças de direcção fazem-se muito bem...agradavelmente surpreendido
- Protecção aerodinâmica excelente
- Aquecimento do entre pernas soube bem neste dia ainda frio

À Pendura:
- Banco confortável, mas falta a topcase
- Protecção aerodinâmica do passageiro podia ser melhor...acho...talvez aqui pudesse existir uma evolução...(vidro de origem esteve sempre na posição mais alta)
- Vibrações acima dos 130 muito irritantes e a fazer antever dormência nos pés/pernas em poucos kms
- Disponibilidade do motor no entanto de louvar...a dois facilmente chegou aos 180...velocidades bem acima de um passeio descansado....e sem forçar motor...ainda puxava mais acho

Veredicto final:
- É boa? ...É...
- Com alguns acessórios fica uma turística fantástica (vidro maior - só por causa da pendura diga-se, topcase - igual)
- Problema maior é tb questão de hábito...e seria manobras...
Mas...e como há sempre um mas...e neste caso...é o preço...a Deauville 700 mais barata que vi no barómetro (leia-se standvirtual.com) foi 6200 eur...é muito (na minha opinião) por uma moto já com 4 anos e 42K ...
- Quanto à 650...estética já muito demodé e preços mesmo assim muito caros...mínimo que vi hoje foi 3500 (já vi menores...mas estes são a referência do barómetro hoje) por uma com 10 anos... 75% mais cara que valor da Fazer (valor que acho justo seria 2000eur) é para mim mesmo muito!

Ou seja...viva a Fazer....para já

Mas melhor nem pensar na lingerie....é tão linda e boa e capacidade de carga...e ..e.. ai não me tentem!!!

Africa Twin escreveu:Esse modelo não se vendeu na Europa, é uma importação dos States.