Alterações no Mercado motociclistico

Caros companheiros
No passado dia 18 de Outubro, fui convidado a assistir à apresentação de um novo modelo da Vespa (GTS 300) assunto de que falei neste fórum.
Essa apresentação decorreu num novo Concessionário do Porto, CVS, e teve a particularidade de receber - nesse dia - vespistas do Norte "em barda".
Nessa altura, tiva a oportunidade de conhecer e de estar à conversa com o responsável, pelo mercado do Norte do País, do Importador Piaggio Vespa.
Nesse dia e com o pedido de que não divulgasse, segredou-me que tinha sido pedida uma nova homologação para a Piaggio MP3. Seria, assim, possível aos detentores de Licença de Condução para Veículos Ligeiros, conduzir as MP3, agora com cilindradas de 250 cc e 400 cc.
O que me parece relevante neste tema é que, pela primeira vez - que eu me lembre - um importador acrescenta valor a este mercado por uma via que não a introdução de um novo produto. É claro que introduz um novo segmento a este mercado, mas não se fica por aí.
Á PIAGGIO, deixo o meu agradecimento enquanto motociclista. Não apenas por esta razão, mas pela filosofia que lhe está subjacente. Sabem que o lado deles é o nosso e, estão deste lado da barreira.
Para que percebam o que isto quer dizer, deixo-vos apenas esta nota: Quando há reuniões entre o Ministério da Administração Interna e os Parceiros Sociais (Importadores, Federação, etc), com vista à adapptação para a Lei portuguesa da Directiva Comunitária que permite aos utentes da Licença de condução categoria B (ligeiros) conduzirem motociclos de 125cc, o importador Piaggio e alguns outros costumam estar presente. Já os maiores importadores, aqueles que têm mais peso no mercado, como são os casos da Honda, Yamaha, Suzuki, etc., faltam sistemáticamente a estas reuniões, permitindo aos Secretários de Estado dizerem que o mercado, só minoritáriamente está interessado na transposição da directiva. Melhor, ou pior, que mais de 75% do mercado se borrifa para este assunto!
Esta significativa alteração no mercado, permitir-nos-á questionar o governo, a partir de agora, sobre se é o "equilibrio em 2 rodas" a única razão que impede um automobilista de andar de motociclo!!! É que se é uma questão de equilibrio, eles - os governantes - precisarão, SEMPRE - de 6 rodas.
Um abraço

PedroSL escreveu:
Quando há reuniões entre o Ministério da Administração Interna e os Parceiros Sociais (Importadores, Federação, etc), com vista à adapptação para a Lei portuguesa da Directiva Comunitária que permite aos utentes da Licença de condução categoria B (ligeiros) conduzirem motociclos de 125cc, o importador Piaggio e alguns outros costumam estar presente. Já os maiores importadores, aqueles que têm mais peso no mercado, como são os casos da Honda, Yamaha, Suzuki, etc., faltam sistemáticamente a estas reuniões, permitindo aos Secretários de Estado dizerem que o mercado, só minoritáriamente está interessado na transposição da directiva. Melhor, ou pior, que mais de 75% do mercado se borrifa para este assunto!

Pedro
Isto é uma afirmação grave e muito séria. Que certezas tens que seja verdade ?

Abraço
Nuno

Desconheço a realidade sobre o que comentaste, no entanto, são óbvias as vantagens para qualquer marca, caso permitam a condução até 125cc quem tiver carta de condução B. Não me parece favorável faltarem a este tipo de reuniões. Acredito (pelo menos tento acreditar) que a Federação Nacional de Motociclismo tudo faz para tentar trazer o bom nome para as 2 rodas e aumentar o número de adeptos.

Nota: A kymco é neste momento a maior vendedora de 50cc nacional, bem à frente da Honda, Yamaha, Suzuki, etc...

nulac escreveu:

PedroSL escreveu:
Quando há reuniões entre o Ministério da Administração Interna e os Parceiros Sociais (Importadores, Federação, etc), com vista à adapptação para a Lei portuguesa da Directiva Comunitária que permite aos utentes da Licença de condução categoria B (ligeiros) conduzirem motociclos de 125cc, o importador Piaggio e alguns outros costumam estar presente. Já os maiores importadores, aqueles que têm mais peso no mercado, como são os casos da Honda, Yamaha, Suzuki, etc., faltam sistemáticamente a estas reuniões, permitindo aos Secretários de Estado dizerem que o mercado, só minoritáriamente está interessado na transposição da directiva. Melhor, ou pior, que mais de 75% do mercado se borrifa para este assunto!

Pedro
Isto é uma afirmação grave e muito séria. Que certezas tens que seja verdade ?

Abraço
Nuno

Pois eu também acho estranho que uma parte significativa dos interessados, que lucrariam directamente com esta adaptação para a lei portuguesa, volte costas às reuniões. Só consigo ver uma razão: constatarem a inutilidade destas reuniões ou não acreditarem nos seus resultados. Mas alguma coisa não bate certo neste comportamento, se ele é mesmo um facto. Estou, no entanto em crer que esta modificação acabará por acontecer, mais tarde ou mais cedo (só nos "fica mal" o atraso...), por muita indiferença ou falta de vontade que exista.

Zé Paulo.

Não se percebe muito bem a atitude das grandes marcas neste assunto das licenças para as 125.
O mercado das grandes cilindradas representa uma percentagem relativamente pequena no universo de vendas das grandes marcas japonesas. Na Ásia, vendem-se milhões de motos de pequena cilindrada, utilitárias óptimas para as grandes cidades asiáticas, com trânsito caótico.
Assim, não entendo como não investem nesse mesmo segmento no nosso país...


Abraço

Eu já falei muito deste assunto com vários motociclistas e volto a afirmar:

Se produzirem uma moto entre 300cc e 500cc com semi-carenagem, apelativa à vista, que possibilite viagens a 120/140 sem forçar motor e com conforto, compraria sem quaisquer dúvidas!!! (ainda este fdsemana discuti isso com o Conde).

As maiores razões para a troca da CB-500 para a fazer não foi o aumento de velocidade e potência, foi o aumento do conforto (semi-carenagem), menor quilometragem e menor idade...

...just my 2 cents

freddy_krueger escreveu: menor idade...

...just my 2 cents

A tua ou a da moto???

Meus caros,
Como imaginam, nunca estive numa dessas reuniões.
Quem me contou esta história, foi o responsável da Piaggiocom que estive. E mais, referiu que numa das primeiras reuniões, era Secretário de Estado o Armando Vara, se passou o seguinte:
A reunião começa e o S.E. pergunta onde estão os representantes da Honda. Resposta: Não vieram!
E os representantes da Yamaha? Resposta: Não vieram!
E da (não me lembro da marca)? Resposta: Não vieram!
Meus senhores, vocês não chegam a representar 50% do mercado. A reunião está acabada!

Espero que isto vos chegue.

Ah! E eu não disse que a FNM faltava. Referi-me a ela apenas como Parceiro Social.

Abraço

PedroSL escreveu:Meus caros,
Como imaginam, nunca estive numa dessas reuniões.
Quem me contou esta história, foi o responsável da Piaggiocom que estive. E mais, referiu que numa das primeiras reuniões, era Secretário de Estado o Armando Vara, se passou o seguinte:
A reunião começa e o S.E. pergunta onde estão os representantes da Honda. Resposta: Não vieram!
E os representantes da Yamaha? Resposta: Não vieram!
E da (não me lembro da marca)? Resposta: Não vieram!
Meus senhores, vocês não chegam a representar 50% do mercado. A reunião está acabada!

Espero que isto vos chegue.

Ah! E eu não disse que a FNM faltava. Referi-me a ela apenas como Parceiro Social.

Abraço

Portugal no seu melhor, não?

boas

meus senhores, o que o Pedro disse é verdade e pode ate ser confirmada pelo lançamento de uma MP3 com dimensoes algo diferentes na tentativa de homolgaçao para categoria B....

A Piaggio, marca que conheço bem e com a qual ja trabalhei, tem na figura do Sr. Chen, actual presidente da Piaggio portugal, se assim lhe quiserem chamar, um grande defensor de tudo que esta ligado as duas rodas, nao so esta situaçao mas tambem muitas outras que passam ao lado de muita gente.

É obvio que a Piaggio é das marcas que mais interesses tem que a categoria B permita conduzir veiculo ate 125cc. uma vez que o grande maioria dos produtos por eles comercializados esta abaixo dessa cilindrada. A recordar Piaggio, Gilera Vespa e Derbi é tudo a mesma coisa....

A marca que mais vende veiculos com cilindra inferior a 125cc. é no momento a Keeway, mas como eles, existem muitas marcas japonesas que esta a ganhar cota de mercado pelos preços baixos que praticam.

Deixem me so recordar que os condutores detentores de categoria B podem conduzir ciclomotores desde que tenham tirado a carta de conduçao antes de 30 de março de 1998. Isto é algo que muita gente nao sabe e que nao é divulgado com a frequencia que devia.........

Bem... a ser mesmo verdade ( e eu não duvido que seja ) isto só prova que as marcas se estão a marimbar para o estado das coisas.

Por um lado eu compreendo, pois o mercado em Portugal é tão pequeno que nem sequer vale grande esforço ( veja-se a sistemática ausência da Yamaha no expo-moto da Batalha ) mas por outro indigna que depois se leiam criticas ao governo e ao estado das coisas no país, por parte destes mesmos intervenientes faltosos.

O que mais me revolta é o facto de este tipo de informações não serem difundidas nas revistas das especialidades e alguém pedir justificações a estes senhores pois, muito por culpa deles, é que aqui na terrinha continuamos atrasados em relação à Europa cerca de 30 anos.

E o mais engraçado é que até somos dos paises com as motos mais caras em termos de PVP a nivel europeu e os que mais carga fical pagamos. Vá-se lá perceber.

Já dizia a minha avó : nós não somos um mau povo. Nós gostamos é de levar no cú.
Ó vó: volta que tás perdoada.

Olá a todos,

Quando postei este tema, tal deveu-se, sobretudo, à nova homologação da MP3.
O comentário que faço à ausência das marcas é "paralelo" e não mais do que um comentário. Na verdade, os Importadores se não estão presentes nesta ou naquela reunião e/ou evento, é um problema deles. E não acho que devam explicações a ninguém.
Agora, isto serve para que - finalmente - os motociclistas percebam que o que não fizerem por si, ninguém o faz.
Esta guerra é nossa. E deve ser levada a cabo com enorme paciência e preserverança, sem o que será perdida.
Abraço

freddy_krueger escreveu:Eu já falei muito deste assunto com vários motociclistas e volto a afirmar:

Se produzirem uma moto entre 300cc e 500cc com semi-carenagem, apelativa à vista, que possibilite viagens a 120/140 sem forçar motor e com conforto, compraria sem quaisquer dúvidas!!! (ainda este fdsemana discuti isso com o Conde).

As maiores razões para a troca da CB-500 para a fazer não foi o aumento de velocidade e potência, foi o aumento do conforto (semi-carenagem), menor quilometragem e menor idade...

...just my 2 cents

A minha troca da NX4 pela CBF600 SA foi exactamente pelos mesmos motivos... A necessidade de rolar em Auto-estrada diariamente não favorece muito as scooters 125cc, além de que gosto de viajar com a pendura e carregados com tenda e sacos-cama. Não trocaria a NX4 se esta fosse mais confortável, se tivesse mais protecção aerodinâmica e mais capacidade de carga. Foram os pontos que me levaram a trocar de moto.

Obviamente gostaria de ter uma 50cc ou 125cc para as viagens diárias / curtas, mas não há €€€ para tudo. Como tal ando a tentar juntar alguns €€€ para no futuro (não longiquo espero eu) para uma Today, ou para a 125 dos meus sonhos (XR125L - média de 2,8 l/100)

Victor escreveu:

Por um lado eu compreendo, pois o mercado em Portugal é tão pequeno que nem sequer vale grande esforço ( veja-se a sistemática ausência da Yamaha no expo-moto da Batalha )

Na Batalha, actualmente e nos últimos 2/3 anos, nenhuma marca está representada pelo importador!!! São os stands sa zona que estão por lá a representar as marcas...

freddy_krueger escreveu:

Victor escreveu:

Por um lado eu compreendo, pois o mercado em Portugal é tão pequeno que nem sequer vale grande esforço ( veja-se a sistemática ausência da Yamaha no expo-moto da Batalha )

Na Batalha, actualmente e nos últimos 2/3 anos, nenhuma marca está representada pelo importador!!! São os stands sa zona que estão por lá a representar as marcas...

A piada das piadas, é que na feira ExpoNatura (feira de campismo/caravanismo, lazer) no fim de semana de 28 a 30 de Novembro, estavam lá stands da Honda, KTM, Suzuki entre outras... Não percebo como é que existem tantas dificuldades em colocar um stand de motos numa exposição de motos, e quando há uma exposição de campismo, ou outra coisa qq (fraldas por ex) vêem-se stands de motos

trigger escreveu:Deixem me so recordar que os condutores detentores de categoria B podem conduzir ciclomotores desde que tenham tirado a carta de conduçao antes de 30 de março de 1998. Isto é algo que muita gente nao sabe e que nao é divulgado com a frequencia que devia.........

Então se bem percebi, aqui a je pode conduzir ciclomotores até 50cc certo?!?!

Isto fez-me lembrar que já conduzo à alguns aninhos...

Mamã Dora escreveu:

trigger escreveu:Deixem me so recordar que os condutores detentores de categoria B podem conduzir ciclomotores desde que tenham tirado a carta de conduçao antes de 30 de março de 1998. Isto é algo que muita gente nao sabe e que nao é divulgado com a frequencia que devia.........

Então se bem percebi, aqui a je pode conduzir ciclomotores até 50cc certo?!?!

Isto fez-me lembrar que já conduzo à alguns aninhos...

Certíssimo!!!

É absolutamente legal! (Apenas 50cc...)

PedroSL escreveu:
Meus senhores, vocês não chegam a representar 50% do mercado. A reunião está acabada!

Este meu comentário não é para defender as marcas mas como tudo na vida a verdade tem várias versões

Será que as principais marcas não compareceram às reuniões com o SE Armando Vara porque estão fartas de reuniões fantoches sem qualquer utilidade.
Todos sabemos como os políticos são exímios em fazerem o que querem, e usam reuniões para mostrar o lado democrata das decisões unilaterais.
Precisamos de ministros motards. O único que me lembro foi o Ferreira do Amaral, que conseguiu que o valor das portagens baixasse ( desde que se usasse a via verde). Ele próprio segundo consta às vezes ia para o ministério de mota.
Recentemente li uma entrevista com o ex-presidente da CML Carmona Rodrigues, que pretendia autorizar as motas a circular no BUS.
Como as eleições estão para breve pode ser que aqui no fórum alguém tenha veia politica e nos queira representar. Ou, porque não fundamos um partido ?

nulac escreveu:

PedroSL escreveu:
Meus senhores, vocês não chegam a representar 50% do mercado. A reunião está acabada!

Este meu comentário não é para defender as marcas mas como tudo na vida a verdade tem várias versões

Será que as principais marcas não compareceram às reuniões com o SE Armando Vara porque estão fartas de reuniões fantoches sem qualquer utilidade.

É claro que não faço ideia do que se está a passar e do que aconteceu, mas isto é exactamente o que eu estou a imaginar que possa ter sucedido. Não sei se foi assim, mas é MUITO plausível. As marcas o que querem? VENDER! Como não sem empenhariam em algo que tem o potencial de os fazer facturar? A única razão para não o fazerem é estas reuniões não servirem para nada (déjà vu....).

nulac escreveu:
Recentemente li uma entrevista com o ex-presidente da CML Carmona Rodrigues, que pretendia autorizar as motas a circular no BUS.

É a moda em Espanha, como tem sido noticiado por aí. Como se trata de uma "ideia que já foi inventada", é daquelas que com mais probabilidade será implementada.... Quando???

Zé Paulo.

Quando referi Armando Vara, esqueci-me de dizer que foi S.E. do Guterres. Há 4 anos que esse lugar é ocupado por Ascenso Simões, comprovado inimigo das motos e, sobretudo, dos motociclistas! (Esses grandes responsáveis pela sinistralidade rodoviária)
Este processo, da transposição da Directiva Comunitária, tem muitos anos e muito pouco tem sido feito por cá. A começar pelos motociclistas.
Em relação aos corredores de Bus, de facto o Carmona Rodrigues falou nisso mas não chegou a levar a cabo essa medida.
Lembro, ainda, que em França, foi criada uma zona zebrada nos cruzamentos com semáforo, (à frente da primeira linha de automóveis) que as motos e motorizadas devem ocupar para, à mudança do sinal, serem os primeiros a arrancar.
Por cá, tudo na mesma... como a lesma!

A EMEL já multou muita moto por estar estacionada em cima do passeio, independentemente da largura do mesmo... Também foi uma das ideias anunciadas por Carmona Rodrigues, é pena estes projectos ficarem encostados